Figurações do bom mercador em The merchant of Venice, The London merchant e Nathan der Weise

Autores

  • Daniela Mercedes Kahn USP – Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada. São Paulo – SP – Brasil.

Palavras-chave:

Teatro e sociedade, Ascensão da burguesia comercial, The merchant of Venice, The London merchant, Nathan der Weise,

Resumo

Este artigo enfoca a representação do comerciante, colocando em diálogo as peças The merchant of Venice (1600), de William Shakespeare, The London merchant (1731), de George Lillo, e Nathan der Weise (1779), de Gotthold Ephraim Lessing. O pano de fundo da comédia inglesa é a movimentada cena renascentista italiana, sobretudo a veneziana, em que circulam pessoas de países, raças, posições sociais e crenças religiosas distintas. The merchant of London (1731), do também inglês George Lillo, remete, por sua vez, ao cenário de consolidação das instituições burguesas de uma classe média inglesa urbana que se delineia quase um século e meio depois. Finalmente, a Jerusalém das Cruzadas, com seus enfrentamentos bélicos entre cristãos, muçulmanos e judeus, que constitui o cenário de Nathan der Weise, fornece o distanciamento histórico e geográfico conveniente para a representação de conflitos raciais e religiosos da contemporaneidade de Lessing. A caracterização favorável e o protagonismo do mercador nos textos elencados são indícios da crescente visibilidade da burguesia mercantil dentro de contextos tão distintos como a Inglaterra renascentista, a Inglaterra das primeiras e a Alemanha das últimas décadas do século XVIII.

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Seção

Literaturas de língua alemã