Discutindo uma autobiografia contemporânea possível

Autores

  • Tiago Monteiro Velasco Doutorando em Letras e bolsista CAPES. PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Faculdade de Letras – Departamento de Letras. Rio de Janeiro – RJ – Brasil.

Palavras-chave:

Escrita de si, Autobiografia, Philippe Lejeune, Autoficção,

Resumo

As narrativas em primeira pessoa com traços biográficos são uma forte característica da literatura brasileira contemporânea. Sob o conceito guarda-chuva de escrita de si, há diferentes gêneros literários, como biografias, autobiografias, romances autobiográficos, autoficções, autobiografias ficcionais, dentre outros. A partir das reflexões de Philippe Lejeune, Alfonso de Toro, Manuel Alberca, Leonor Arfuch e Diana Klinger, este artigo debate os diferentes conceitos com o objetivo de discutir que tipo de escrita de si é possível ser feita em uma época em que se postula a impossibilidade de narrativas totalizantes e fundadas em um sujeito unívoco, bem como a possibilidade de se distinguir ficção e realidade em literatura. A hipótese defendida neste trabalho é que a autoficção, entendida como performance, é um processo de construção de um eu que se dá no ato da escrita. O autor da escrita de si contemporânea não evita a flutuação de sentidos e não tem a pretensão de representação de uma identidade fixa, em uma época de identidades múltiplas, fragmentadas e pouco rígidas.

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Publicado

13/04/2017

Edição

Seção

Identidades: o eu e o outro na literatura