A (des)pretensa arte de escrever cartas: Caio Fernando Abreu e a escrita de si

Autores

  • André Luiz Alselmi Doutorando em Estudos Literários. UNESP – Universidade Estadual Paulista. Programa de Pós- Graduação em Estudos Literários. Araraquara – SP – Brasil. 14800-901. Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto – SP – Brasil. 14090-180. UniSEB – Centro Universitário Estácio. Ribeirão Preto – SP – Brasil.

Palavras-chave:

Caio Fernando Abreu, Escrita epistolar, Psicanálise, Construção identitária,

Resumo

A edição e publicação de cartas de escritores têm se intensificado nas últimas décadas. Por um lado, isso se deve ao fato de as correspondências promoverem uma impressão de verdade, constituindo, assim, uma forma de reconstituir a identidade de grandes autores. Por outro, ao possibilitarem o acesso ao universo do escritor, as cartas ganham destaque por se apresentarem como um meio de compreender a relação entre biografia e obra. Entretanto, é preciso reconhecer que as correspondências são produtos discursivos de seus emissores, que se valem de estratégias a fim de atingir determinados efeitos de sentido. Este artigo considera as cartas como produtos linguísticos e, a partir da teoria lacaniana, investiga o processo de criação identitária de Caio Fernando Abreu a partir da coletânea Cartas. Com isso, pretende-se demonstrar como, para o escritor, as cartas representam, por um lado, uma espécie de monopólio de sua imagem, e, por outro, de acordo com o pensamento de Jacques Derrida, uma forma de inscrever-se na história literária. A fim de se compreender como o autor edifica uma imagem de si, este artigo analisa diversas estratégias empregadas pelo remetente a fim de criar um “efeito de verdade”.

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Publicado

13/04/2017

Edição

Seção

Identidades: o eu e o outro na literatura